Facebook: Save me… to the end of feed*
O Facebook lançou o Save, uma funcionalidade para guardar notícias e páginas para ler depois. O entretenimento e os eventos também não foram esquecidos, permitindo guardá-los para mais tarde… consultar.
Base: Techcrunch
Depois de testar (apesar das flutuações que ainda me apresenta) ficam algumas questões:
– Privacidade. Aquele que parece ser o eterno calcanhar de Aquiles de Zuckerberg encontra nova oportunidade para fazer, pelo menos, levantar o sobrolho aos mais céticos.
Apesar das listas serem privadas (embora possam ser partilhadas. É uma rede social, certo?), o potencial para recolher dados dos utilizadores dificilmente passará ao lado (não era esse o objetivo?). São insights úteis para melhorar ads e a rentabilidade da plataforma, mas já lá vamos…
– Oh não, outra vez o feed! O Save foi pensado para manter o ritmo de consulta do feed. Uma insistência na “capacidade” de storytelling da cronologia que visa fazer-nos deixar para depois tudo o que consome mais do que uns 3 segundos da nossa atenção.
Indiretamente, é também o assumir da avalanche de informação incomportável para o utilizador médio, com um consumo cada vez mais “on the go”, basta olhar o crescimento do acesso no ambiente móvel. E, quem sabe, uma tentativa de evitar a fuga dos utilizadores para outras plataformas, numa proporção de “tempo de permanência = valor”.
– Uma opção perto de si. Ainda que quase invisível! A sério, alguém acredita mesmo que os utilizadores vão encontrar o Save? Está absolutamente escondido! Exceções a usuários mais “sofisticados” e, claro, se o design/ localização mudarem (na minha versão o ícone ainda flutua entre áreas, pelo que poderá vir a ser mais óbvio).
– Por fim, a cereja no topo do bolo: E as comunidades profissionais?
Não somos os únicos a sonhar com as potencialidades do Save para melhorar o acesso ao real público de uma marca, evitando gerar Spam social, pois não?
Para já, o Facebook não promete dados sobre conteúdos guardados para otimizar ads. Mas também não os nega no futuro.
No imediato, as comunidades ganharão o poder da “segunda oportunidade” para um potencial fã decidir se deve ligar-se ou não a determinada página ou negócio. Not bad!
Com tudo isto, o Save traz boas promessas embora ainda pouco claras quanto ao seu real valor. Um tema a acompanhar e cuja evolução vai, em muito, depender da adesão dos fãs – afinal, é parte do compromisso de ser uma rede social, não?
©Nélia Silva, Senior Communication & Digital Consultant
*Créditos ao Cohen pela inspiração do título!