Há um mês era confirmado o primeiro caso positivo de COVID-19 em Portugal. Desde então já ultrapassámos os 6.000 casos e dizem-nos que o país atingirá o pico apenas no final do mês de maio.
Enfrentamos um inimigo invisível, que nos faz viver a meio gás para lhe fazer frente. Não tem sido fácil e são inúmeros os desafios que têm surgido. O que antes eram certezas, são agora dúvidas, porque o mundo está em mudança, mesmo estando meio parado.
Como em tantas outras áreas de atividade, também em comunicação vimos alterações a acontecer rapidamente. As notícias, sejam sobre saúde, lazer, desporto ou outro qualquer tema, têm-no sempre presente: o novo coronavírus. Tivemos de agir rapidamente e saber acompanhar o que estava a acontecer. Vimos campanhas a cair porque nada mais interessa além desta doença, nada mais parece comunicável (ou, pelo menos, facilmente). O foco virou-se para dar resposta à COVID-19 e, por isso, as estratégias tiveram de ser redefinidas para acompanhar a atualidade – foi, por exemplo, interessante perceber que o os clientes querem agora uma presença online muito maior e mais diversificada em termos de conteúdo.
Veremos em breve o público a pedir notícias que não toquem, nem que indiretamente, neste tema? Ou continuará interessado e ávido por saber diariamente tudo sobre ele? Tudo parece, e é de facto, uma incógnita neste momento, porque nunca vivemos nada assim, com esta dimensão. É uma guerra (mundial) sem armas, sem bombas, onde o inimigo é comum.
Contudo, deste lado, seguimos – e ainda bem que seguimos! Aprenderemos, certamente, mais – fomos inevitavelmente obrigados a ser mais arrojados, mais criativos, mais estratégicos, para dar respostas aos nossos clientes, num contexto que surgiu de repente, totalmente desconhecido, e para o qual ninguém estava preparado. Mas, se aprenderemos, resta-me, então, esperar que tudo isto passe rapidamente da realidade para um case study.
Marta Cerdeiro, Health Communication Consultant