Da visão única de Yorgos Lanthimos, uma das estrelas das nomeações para os Oscars, saíram, nos últimos anos, pérolas como A Lagosta ou O Sacrifício de um Cervo Sagrado.
No primeiro, de 2015, vemos uma civilização, num futuro não muito distante, os solteiros são enviados para um hotel. Lá, têm 45 dias para encontrar um parceiro e assim voltar para a “cidade”. Caso não consigam, são transformados num animal à sua escolha e continuam a sua busca por um parceiro.
No segundo, de 2017, um médico vê um paciente morrer na mesa de operações. Quando o filho do paciente o procura e se aproxima da sua família, o médico pensa que está carente e acolhe-o. Apenas tarde de mais percebe que se trata de uma sórdida vingança em forma de maldição.
A única forma de salvar toda a sua família é escolher voluntariamente um dos membros e matá-lo.
Serve esta incursão no cinema de Yorgos Lanthimos para falar do poder e da importância da originalidade.
Tal como realizadores visionários como Quentin Tarantino ou Wes Anderson, Lanthimos encontrou a sua voz, que faz com que o mais distraído dos cinéfilos perceba que está a ver uma fita sua.
Terá as suas influências mas não copia ninguém, seguia o seu caminho muito próprio mesmo antes dos prémios mais sonantes darem por ele.
No cinema como na comunicação o encontrar da voz única de cada pessoa, marca ou instituição é o ponto de ordem. Ninguém quer ouvir, ver ou ler cópias. A busca pela originalidade é prioritária e só assim a mensagem pode ser eficaz. Daí a eterna questão das agências: “o que o diferencia dos seus concorrentes?”.