Num país onde o presidente é uma antiga estrela de um programa de televisão e as idiossincrasias são mais do que muitas, jogou-se ontem a grande final do grande campeonato de football, um desporto americano mais semelhante ao rugby do que ao futebol, desporto central na maior parte do mundo.

De um lado, os favoritos New England Patriots, de Tom Brady (sexta vitória), estrela do desporto. Do outro, os Los Angeles Rams (que já foram de outra cidade, uma das curiosidades do desporto nos States). Sem surpresa, a vitória sorriu aos Patriots e Brady lá voltou baralhar as contas da sorte e azar no jogo e no amor (continua a fazer a família perfeita com aquela que é provavelmente a modelo mais conhecida de sempre).

Mas, mais do que o jogo, do qual pouco percebo, o que aqui mais me interessa é a construção do espetáculo à sua volta, com destaque para os míticos anúncios publicitários que se estreiam no evento e cujo valor por segundo é digno de um vencedor do Euromilhões. Aqui ficam os deste ano. Este ano houve um anúncio que se destacou por não querer vender nada se não o jornalismo como braço armado da democracia. Atual e pertinente em todas as geografias.

E as mensagens que vão muito além do desporto não se ficaram por aqui. Cardi B, uma das cantoras mais requisitadas do momento, recusou atuar no intervalo do jogo (o momento alto da carreira de qualquer artista norte americano), sendo solidária com um caso de racismo de um jogador que não mais encontrou equipa. Os Maroon 5 aceitaram atuar mas, pressionados pelos fãs, não deram a habitual conferência de imprensa de antevisão do espetáculo.

Análise ao Super Bowl do ponto de vista da comunicação? Se existe uma grande plateia, aproveita para passar a mensagem. Com estrondo.

Francisco Reis, Corporate Division Manager & Partner

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