No rescaldo da morte de João Gilberto, Jair Messias Bolsonaro, o polêmico presidente do Brasil, referiu-se ao artista como “pessoa conhecida”.

Foi logo criticado pela pouca profundidade do comentário sobre o “Pai da Bossa Nova” e logo foi lembrado o caso em que prestou homenagem ao DJ Reaça, longe de ter o CV de João Gilberto ou de ser impoluto.

João Gilberto dispensa apresentações e o seu legado é impossível de medir, mas não deixa de ser interessante, do ponto de vista da comunicação que Bolsonaro se tenha lembrado da expressão “pessoa conhecida” como resumo da vida de Gilberto.

Obrigações estatais à parte (Bolsonaro não tem que conhecer ou gostar da obra, mas tem que prestar a devida homenagem como Presidente), Bolsonaro valorizou João Gilberto não pela sua carreira impactante e única, mas sim por ser uma “pessoa conhecida”, como tantos outros milhares no Brasil.

É claro que se somaram reações apropriadas e sentidas à perda de João Gilberto mas a forma como Bolsonaro reagiu acaba por se sobrepor, sobretudo porque perdeu uma boa oportunidade de comunicação.

Sendo tão criticado, um elogio profundo a uma personalidade consensual, poderia recolher pontos de simpatia junto dos seus críticos.

Francisco Reis, Corporate Division Manager & Partner

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