Colaboração para potenciar a comunicação

Escrevo este texto no seguimento de uma ação que desenvolvemos, na última semana, no arranque de mais um novo projeto.

Perante os desafios que as empresas enfrentam nos tempos atuais, nunca, como agora, fez tanto sentido apostar em organizações altamente colaborativas e verdadeiramente participativas. E refiro-me à ligação destas com o exterior: clientes, parceiros e sociedade no geral.

É comum escutar-se “temos uma forte preocupação em ouvir os outros”. Contudo, na dinâmica e agitação do dia-a-dia, as decisões e os projetos são desenvolvidos sem uma real participação ativa de toda a comunidade externa alvo das iniciativas. Muitas vezes, pensam-se e desenham-se ações somente dentro das paredes das empresas, sem envolver os que irão ser alvo ou beneficiários dos projetos. Acredito que se este envolvimento for feito desde o primeiro momento, com uma natureza genuína e verdadeiramente aberta, o risco de sucesso aumenta exponencialmente. 

Por isso, as empresas devem abandonar, cada vez mais, projetos de comunicação alicerçados no modelo tradicional top-down, para se abrirem e incorporarem os insights provenientes de todo o seu ecossistema. Com este formato de ação, os protagonistas sentem-se reconhecidos e a empresa, com a participação destes, ganha valiosos contributos objetivos e uma forte ligação emocional. 

Será, no entanto, necessário desenvolver estes programas por via de metodologias e ferramentas adaptadas ao propósito da ação e tendo em conta o público específico a que se destinam. A colaboração focada promove a complementaridade entre a empresa e os seus stakeholders, superando incertezas e adquirindo vantagens que seriam difíceis de obter de forma isolada. 

Assim, tenha em consideração os seguintes passos:

  • Definir o problema concreto ou desafio a resolver;
  • Selecionar quem pretendemos envolver;
  • Determinar o modelo de interação (um só momento ou vários ao longo de um determinado período de tempo);
  • Executar o plano de ação;
  • Monitorizar, de modo a introduzir eventuais ajustes ao plano inicialmente traçado.

Aqui fica o desafio para experimentar este modelo na sua empresa. Vai ver que o irá repetir mais vezes. Como referi no início: falo por experiência própria.  

Renato Póvoas, Managing Partner

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