Na comunicação, é boa ideia controlar a nossa narrativa. E entender a nossa como individualidade, marca, empresa ou outra qualquer instituição. Controlar a nossa narrativa passa por comunicar ativamente mesmo que esse controlo passe por uma gestão dos silêncios ou por uma comunicação de baixo perfil.
Nem todos temos que estar sempre a comunicar e a comunicação a mais também pode ser má, pois tendencialmente leva à banalização das mensagens. Lembro-me disto no caso concreto de um país. A Coreia do Norte.
Fechada sobre si mesma e obrigando os seus cidadãos a terem a mesma postura, o país faz com que outros criem a sua narrativa, dando aso à imaginação. Assim se explicam os livros e filmes que se debruçam sobre aquele estado asiático.
Um dos livros do momento, a nível mundial, é Star of the North, de D.B. John, que vive muito do secretismo da Coreia do Norte e coloca o país no centro de uma trama de espionagem. Fosse um país aberto e comunicacionalmente mais transparente e Star of the North perderia a aura.
Tal como a comédia “Uma Entrevista de Loucos” (2014) com James Franco e Seth Rogen; a graphic Novel “Pyongyang: A Journey in North Korea” (2004) de Guy Deslisle ou até a incursão do português José Luís Peixoto, contada em “Dentro do Segredo” (2012), a cultura tratou de preencher o vazio de comunicação de um país fechado.
A mensagem passada é a de um país dominado há três gerações por uma família ditatorial e que tenta esconder do mundo, a pobreza e subdesenvolvimento do povo. Aqui, até pode ser verdade mas todos aqueles que não controlam a sua comunicação, abrem espaço a que alguém a controle por eles.