Comunicar (bem) com o doente no centro do processo

Este ano tive a oportunidade de me deslocar a Hong Kong (antes de toda esta confusão) para participar na 17.ª reunião anual da GLOBALHealthPR (GHPR), a maior network mundial de agências independentes com forte know-how na área da comunicação em Ciência e Saúde.

Atualmente a network conta com 15 empresas dos quatro cantos do mundo e em Portugal é representada pela Guess What desde 2010.

Foram três dias de intenso trabalho e discussões sobre o presente e futuro da comunicação em Saúde. Primeira conclusão: os desafios são hoje globais e não específicos de uma determinada sociedade, país ou continente.

No que diz respeito à esfera mediática são notórias as diferenças que se têm verificado ao longo dos últimos 5 anos, quer em Portugal, quer no resto do mundo. Menos meios de comunicação, especialmente os especializados, menos senioridade nas redações, mais concentração de meios e “digitalização” dos canais de comunicação.

Atualmente os grandes grupos de comunicação estão a olhar para a internet como fonte de influência (e receita), criando meios especificamente orientados para esse fim e a absorver/adquirir blogues com elevados índices de leitura.

No que diz respeito à área da Saúde os desafios são cada vez mais aliciantes, impostos por uma sociedade mais envelhecida. O acesso (ou falta dele) a terapêuticas inovadoras foi um dos temas em destaque, bem como as novas dinâmicas de e-health que hoje contribuem para que tenhamos um doente e utente cada vez mais informados e influenciadores do processo.

Com o crescimento das redes sociais temos hoje mais informação a circular e um processo de “alfabetização na saúde” intenso e profundo. O desafio, para o qual as agências deverão estar preparadas será o de fornecer a informação certa no contexto mais adequado.

Como podemos criar uma narrativa memorável que se destaca, além de torná-las relevantes e simples de entender?

De acordo com diversos os consultores de todo o mundo presentes na reunião anual é fundamental que as agências de comunicação ajudem a gerar conteúdo (infografias, texto, filmes) relevante, significativo e replicante que contribua positivamente para um melhor esclarecimento dos diferentes públicos-avol.

No fundo, mensagens mais positivas que alarmantes (indo contra o velho ditado “there’s no news like bad news”).

Jorge Azevedo, Managing Partner

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