A pandemia mostrou, em direto, a importância dos avanços científicos para a humanidade e, ao mesmo tempo, a dificuldade em comunicar temas relacionados com ciência.
Até aqui, os temas científicos eram geralmente abordados por investigadores – que muitas vezes sentiam dificuldade em traduzir para linguagem corrente as suas descobertas, dada a complexidade do tema e o seu grau de envolvimento na matéria – sendo que o faziam, sobretudo, em espaços próprios para debater ciência, conduzidos por jornalistas especializados nesta temática e com audiências relativamente reduzidas.
Com a pandemia, o interesse pelas descobertas científicas relacionadas com a COVID-19 ganhou dimensão tal que não há noticiário, jornal ou meio online que não acompanhe o tema. E, para isso, os jornalistas precisam de se socorrer de especialistas na matéria, sejam eles investigadores, cientistas ou membros da comunidade médica (mais habituados às luzes da ribalta).
Foi assim que os investigadores e cientistas nacionais – que, salvo raras exceções, poucas projeções nos media tinham – passaram a desempenhar um papel central no esclarecimento da população sobre os temas que gravitam em torno da investigação relacionada com o novo coronavírus. E que importância tem esta comunicação numa população em alerta, receosa e desesperada por voltar à normalidade!
O seu papel tem sido crucial em demonstrar a função da investigação e no apoio à interpretação dos dados dos ensaios clínicos que constantemente nos chegam, assim como na explicação de que os processos de investigação não são lineares e que avanços e recuos são perfeitamente normais nesta área.
Estou certa de que após a pandemia também a ciência e os cientistas nunca mais serão vistos da mesma forma. A todos os cientistas, investigadores e comunidade médica que todos os dias nos ajudam a interpretar a realidade, a nossa gratidão!
Patrícia Soares, Senior Communication Consultant