Influenciadores virtuais: não existem, mas são um sucesso

A importância do Marketing de Influência torna-se cada vez mais inegável para qualquer marca. Contudo, há agora uma nova tendência neste universo: os influenciadores virtuais. Segundo um relatório da Hype Auditor, os influenciadores virtuais têm uma taxa de engagement quase três vezes superior à dos influenciadores reais. Mas o que são, afinal, estes influenciadores? 

Um influenciador virtual atua como um influenciador digital. A principal diferença? Este é uma personagem fictícia e não humana, criada por um software de computação gráfica. Sim, é verdade, já não acontece só nos filmes: agora é possível criar, a partir de tecnologias de inteligência artificial, influenciadores cuja aparência é praticamente indistinguível à de um ser humano. 

Estes influenciadores virtuais, também chamados de influenciadores CGI (Computer-Generated Imagery), possuem características, pensamentos e personalidades semelhantes às dos humanos. São bastante populares entre a Geração Z e, por isso, o seu público-alvo tem entre os 18 e os 24 anos, sendo maioritariamente do sexo feminino.

Para as marcas, este tipo de influenciador apresenta algumas vantagens, na medida em que estas exercem um controlo total sobre os mesmos. Assim, quando colaboram com influenciadores humanos, embora haja indicações a seguir, as marcas abrem-se às diferentes personalidades de cada um para a transmissão das mensagens, o que as pode tornar vulneráveis a alguns riscos. Já com os influenciadores virtuais, as marcas têm maior controlo sobre o conteúdo que é publicado e sobre a forma como estes se comportam. 

Além disso, muitas vezes, é difícil encontrar influenciadores que se adequem exatamente aos valores que as marcas pretendem transmitir. Ou seja, os influenciadores até podem apresentar-se de forma genuína para o seu público mas agir de modo controverso noutras ocasiões, o que pode ser preocupante. Com os influenciadores virtuais tal não acontece, uma vez que as marcas podem personalizar os seus próprios embaixadores consoante a sua imagem e valores específicos.

Assim, as marcas podem criar os seus próprios influenciadores virtuais e torná-los embaixadores das mesmas ou fazer parcerias, tal como acontece com os influenciadores humanos, com outros perfis criados por agências de inteligência artificial. Esta é uma forma das marcas testarem o modo de como o seu público interage com este novo tipo de influenciadores.

Lil Miquela foi a primeira grande influenciadora virtual, tendo já participado em campanhas para a Prada, Chanel e Dior. Além disso, também já lançou um single no Spotify. Criada por uma startup de inteligência artificial com sede em Los Angeles, a influenciadora, descrita como uma modelo metade brasileira e metade espanhola, de 19 anos tem atualmente mais de 3 milhões de seguidores no seu perfil de Instagram. Entre os influenciadores virtuais mais realistas encontra-se também Shudu, a primeira super modelo digital do mundo.

À medida que a inteligência artificial se torna cada vez mais acessível, as marcas ganham outras oportunidades para entender melhor o seu público e para personalizar as suas interações e trocas de experiência, aumentando o seu engagement. Esta ascensão dos influenciadores virtuais proporciona uma alternativa ao habitual Marketing de Influência e pode ser uma forma de diferenciação para as marcas.

Rita Góis, Communication Trainee

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