Fun… mas ao contrário

Fun é uma palavra que está cada vez mais presente no vocabulário da comunicação. Querem-se – e pedem-se – copys fun, conteúdos fun, campanhas fun, vídeos fun.

Mas ainda que o dicionário defina fun como diversão, divertimento, brincadeira, estou desconfiada que este termo é um pouco como aquela ideia do ‘quem feio ama bonito lhe parece’. Ou seja, a linha que separa o fun do ridículo, do infantil, do simplesmente estúpido é, por vezes, demasiado ténue.

Tanto que uma coisa passa da primeira para a segunda quase com a ida para a prisão no Monopólio: diretamente e sem passar pela Casa da Partida.

É como aquela empresa de transporte urbano que decidiu fazer uma campanha fun. E que apresenta vários cenários, cada qual pior que o anterior, mas todos com um aspeto maravilhoso, o facto de as pessoas terem sido transportadas pela referida empresa, claro.

Porque, de facto, quando chegamos a casa e apanhamos o marido ou mulher com um amante, aquilo que nos passa primeiro pela cabeça é: pelo menos não demorei uma hora a chegar, depois de ter tido de enfrentar mais um pedido de desculpa pelos incómodos causados na sequência de uma qualquer perturbação na circulação do metro.

Ou então, quando regressamos ao lar e percebemos que este foi assaltado, é óbvio que o nosso primeiro pensamento é só um: ufa, ainda bem que não tive de vir de autocarro, espremida entre o sovaco de alguém que não conhece o conceito de desodorizante.

Até podia ser fun, mas a mim parece-me que é mais… ridículo.

Carla Mendes, Senior Content Manager

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