Nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) emergiu como uma força motriz por trás de muitas mudanças, apresentando um conjunto único de desafios e oportunidades no campo da comunicação.
Atualmente, vivemos num mundo onde a informação flui a velocidades impressionantes, ao ponto em que o próprio ser humano já não tem capacidade de acompanhar. Desta forma, a IA surge como uma ferramenta que nos pode ajudar a analisar grandes conjuntos de dados e informações em tempo recorde, identificando tendências, correlações e anomalias. Tem também um papel crucial na personalização de conteúdos, ou seja, conteúdos “feitos à medida” de cada pessoa, através da análise de padrões de comportamento online, antecipando as nossas preferências.
A verdade é que a IA veio redefinir a acessibilidade na comunicação. Esta veio facilitar a criação de conteúdo, a tradução automática e o reconhecimento de voz, que permitem uma comunicação eficaz entre pessoas que falam idiomas diferentes ou que têm habilidades linguísticas limitadas. A IA tem uma panóplia de funcionalidades que aumentam de dia para dia.
Contudo, a IA apresenta desafios que, para muitos, são “deal breakers”. A sua capacidade de fornecer experiências personalizadas levanta questões sobre privacidade e manipulação e a dependência excessiva de algoritmos no processo de criação de conteúdos suscita preocupações sobre a imparcialidade e a possível perda da sensibilidade humana, nomeadamente na sua capacidade de compreender as nuances, emoções e contextos culturais. Isto para além de contribuir para a polarização social, limitando a exposição a diferentes pontos de vista.
Além dos desafios éticos e sociais, a implementação da IA na comunicação levanta questões sobre a segurança dos dados. A enorme quantidade de informações pessoais com que a IA lida todos os dias é um tesouro para os hackers e uma fonte potencial de vigilância em larga escala.
Em conclusão, a Inteligência Artificial na comunicação é um “pau de dois bicos”. Os seus desafios éticos e sociais precisam de ser abordados de maneira proativa, considerando a transparência, a responsabilidade e a regulamentação adequada. Ao mesmo tempo, as suas inúmeras oportunidades para a personalização, eficiência e acessibilidade devem ser exploradas com sabedoria, para haver uma otimização de informação. A procura por um equilíbrio ético na implementação da IA na comunicação é imperativa para garantir que esta poderosa ferramenta melhore, em vez de prejudicar, a forma como nos conectamos e partilhamos informações!
Rita Moreira, Communication Consultant
