Na Liga dos Milhões (por enquanto)

Contra todas as previsões, o Sporting, cheio de jovens da formação e com contratações de baixo custo, sagrou-se campeão da Liga Nacional, o que lhe concede o acesso à famosa e milionária Liga dos Campeões. Este conto de fadas mostra o porquê de tantas pessoas, em todo o mundo, serem fãs deste desporto: conseguir vencer com competência e qualidade, vencendo dentro de campo e não nas comparações de contas bancárias e nomes sonantes.

O futebol é um desporto de equipa onde 11 elementos procuram, em conjunto, vencer a equipa contrária. Não comparando os extratos bancários, como se de um jogo de cartas se tratasse, mas sim marcando mais golos do que o adversário.

É a beleza do desporto, como já referi, que faz com que milhões de pessoas sigam os jogos, quer nos estádios quer na televisão. E são essas pessoas, as que veem os jogos na televisão, que geram os milhões de euros que os clubes recebem de direitos televisivos, quer diretamente através das Ligas Nacionais quer da UEFA, através da Liga Europa e, especialmente, da Liga dos Campeões.

Se um pequeno, mas muito rico, grupo de equipas se quiser juntar e jogar entre si sem qualquer acesso a essa competição através do mérito e das vitórias dentro de campo, mas sim pelos zeros nos extratos bancários, pode, inicialmente, gerar muito dinheiro. Mas será que a médio prazo os adeptos seguirão essa competição? Terão interesse em pagar para ver esses jogos? De onde, então, virão os milhões para distribuir por esses clubes?

Como se viram pelas manifestações, especialmente em Inglaterra, o país que criou o futebol, os adeptos querem que os seus clubes ganhem, que tenham grandes jogadores e que joguem bom futebol. Mas que o consigam dentro de campo e que acedam às competições por mérito.

Para já, clubes como o Sporting e outros clubes europeus campeões nos seus países e não pertencentes ao “Grupo dos Milionários” continuam a conseguir aceder à Liga Milionária. Até quando?

Paulo Pereira, Chief Financial Officer

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