No mundo das agências é comum viver-se sob intensa pressão. As solicitações para ideias criativas são muitas, de diferentes áreas, e sempre com o objetivo de fazerem a diferença. O timing de resposta é, por norma, curto. Mas será que as melhores ideias surgem sob prazos apertados?
Se é verdade que a pressão do tempo pode fazer as pessoas sentirem-se mais criativas, impede-as, em geral, de pensarem e adicionarem verdadeiro valor através da criatividade. Para isto é necessário misturar várias ideias até estas provocarem o surgimento de outras originais. As boas e diferenciadas ideias necessitam de tempo. Salvo algumas exceções, as soluções entusiasmantes para os desafios são despoletadas não pelas tradicionais e intermináveis reuniões de grupo, mas sim pela via de processos e formatos estruturados não formais.
Contudo, não podemos cair no extremo de pensar que o ideal de criatividade é uma completa ausência de pressão do tempo. Neste enquadramento seria fácil entrar-se em modo de piloto automático com efeitos diretos na qualidade da criatividade e soluções encontradas. É, assim, importante existir um planeamento com timings definidos para as diversas fases do processo.
Numa vertente extra de resposta a solicitações dos clientes, as empresas e organizações devem fomentar a prática proativa de ideias junto dos seus colaboradores e equipas, proporcionando as condições necessárias para que tal aconteça com relevância e qualidade. Por exemplo, a empresa 3M incentiva os seus cientistas a dedicarem 15% do seu tempo semanal a tarefas criativas, mesmo que nada tenham a ver diretamente com as suas funções. Um bom exemplo que deveria ser replicado em muitas outras organizações!
Renato Póvoas, Managing Partner