Um perigo chamado desinformação

A informação, em tempos de pandemia, pode salvar vidas. Já a desinformação, esta “pode matar”. Parece um exagero, mas a afirmação de Josep Borrell, alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, traduz aquela que tem sido outra batalha da União Europeia e que o medo do novo coronavírus tem conseguido ofuscar: a da luta contra a desinformação.

Desde março que os líderes europeus se uniram nesta missão, isto porque desde março também que informações falsas ou enganosas têm surgido em todas as frentes. Por exemplo, são várias as teorias da conspiração sobre a origem do vírus, algumas alimentadas por líderes mundiais. Uma destas tem como protagonista Bill Gates, acusado de ser o criador do novo coronavírus. Para quê? Para permitir a criação de um sistema global de vigilância capaz de rastrear os movimentos de todos os europeus. 

Como estas há muitas outras, ao nível do que melhor se faz em ficção. E a estas juntam-se aquelas que apregoam os milagrosos efeitos de tecnologias ou substâncias, capazes de eliminar o inimigo invisível, mas que não passam de fraudes, com apenas um intuito: levar as pessoas a gastar dinheiro.  

Tal como dizia Josep Borrell, “no mundo atual de tecnologia, onde os guerreiros usam teclados em vez de espadas”, o que torna bem mais simples o seu trabalho, e onde “as operações de influência direcionadas e as campanhas de desinformação são uma arma reconhecida”, até pelos governos, há que reforçar a luta.

E esta luta passa por todo nós. E não se fica pelo coronavírus, chegando agora também a este novo movimento, ‘Black Lives Matter’, que começou nos Estados Unidos mas tem invadido a Europa e que, em nome da luta contra o racismo, serviu para criar uma  verdadeira campanha de desinformação. Aqui, o papel de todos é essencial, o papel de consumidor de informação que não pode ser apenas passivo. Precisamos de ser críticos, interventivos quando tal se justifica, argumentativos e pensar que, tal como a realidade está longe de ser simples, também as justificações para esta não podem ser simplistas.

Carla Mendes, Senior Content Manager

Partilhe