No ano de 2020, o mundo foi assoberbado por uma pandemia que nos levou a ajustar os mais pequenos e simples hábitos que tomávamos por certos. No entanto, o foco neste momento não é a pandemia no contexto de acontecimento isolado. Numa área, como a Comunicação, em que a análise das conclusões é tão relevante, realço as perguntas:
Num período em que o “pós-pandemia” já é tão falado, o que fica? Que lições recolhemos e que conclusões deduzimos para a nossa atuação?
Inevitavelmente, a verdade é que a adaptação da realidade do dia-a-dia que nos foi imposta, ainda que de modo temporário, leva à criação de “um novo normal” – expressão tão ouvida neste período. Para o bem da saúde pública, a população foi obrigada a refletir e a dar atenção à prevenção e perceção de possíveis sintomas. Mas, afinal, o que é que isso significa para este contexto?
Uma revolução na era da Comunicação em Saúde.
Até aqui, a população estava menos predisposta para este tipo de informação – O que causa uma doença? A que sinais estar atento? O que podemos fazer para a prevenir? – e, por isso, não tomava atenção e não queria saber.
Agora, assistimos a uma transformação: o público demonstra-se mais recetivo para saber mais sobre saúde e como se pode proteger das várias ameaças ao seu bem-estar. A reflexão própria e individual acerca da prevenção, dos cuidados com a saúde e do bem-estar ganham o devido destaque na esfera da saúde. Prevalece, consequentemente, a valorização de informação de valor, verídica e útil.
No centro da desordem, imposta sem aviso, a Comunicação em Saúde sai vitoriosa, na missão de dar a conhecer à população os riscos por detrás de sintomas e sinais muitas vezes desvalorizados.
A pandemia provocada pelo vírus Sars-CoV-2 e um contexto marcado pelo receio, insegurança e incerteza, abrem, deste modo, o caminho para a Comunicação em Saúde, que já era relevante, mas, na minha ótica, desvalorizada – e essa é uma das melhores consequências do que vivemos nos últimos dois anos.
Inês Quadrilheiro, Communication Consultant