Rir não é um tesourinho deprimente

Ricardo Araújo Pereira e os Gato Fedorento celebrizaram a expressão “tesourinhos deprimentes”. Na altura, parodiavam programas de televisão dos anos oitenta e noventa, expondo-os ao ridículo da passagem do tempo. Há algumas semanas, José Pacheco Pereira, num artigo de opinião, ligou a expressão à comunicação das eleições autárquicas.

Pacheco Pereira, autoridade nacional no que concerne a materiais de comunicação relacionados com política, escreveu que “existe uma prática, que se repete em cada eleição autárquica, de gozar com aquilo que veio a ser conhecido como “tesourinhos deprimentes”, ou seja, cartazes eleitorais ridículos, bizarros, estranhos, absurdos, engraçados, chame-se-lhes o que se quiser. Nunca participei nesse riso, porque se há coisa que, em Portugal em 2021, não é deprimente são as eleições autárquicas…”. Concordando com o autor no dever de não se gozar com as eleições autárquicas ou outras quaisquer, confesso estar ao lado de Ricardo Araújo Pereira na altura de me rir com os materiais de comunicação desta altura, que agora entramos.

Trabalhando em comunicação, terei, possivelmente, o olho mais treinado para analisar as frases, cores e composição dos cartazes, mas, a vontade de rir, acredito, será transversal. Até porque rimos todos de aspetos diferentes e em época de campanha não falta escolha. Como lembrou Pedro Mexia num programa agora em processo de mudança de nome, o candidato à Chamusca ter o apelido Queimado, terá sempre piada. E o riso que provoca em nada belisca a qualidade do trabalho do político.

Na época 2021, a estrela maior parece ser Alexandre Poço, jovem candidato do PSD, mas há um mundo de cartazes e materiais para descobrir e rir, a bom rir.

Francisco Chaveiro Reis, Partner

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