Com o apagão de quase sete horas a nível mundial das aplicações da empresa Facebook, o mundo, bem como a maior parte da comunidade digital que depende destas redes sociais, parou. Das marcas aos influencers, mas também ao próprio CEO, Mark Zuckerberg, que viu as ações da sua empresa caírem em mais de seis mil milhões de dólares e a reputação do seu monopólio de aplicações abalada.
Logo após o apagão surgiu a crise, mas também uma oportunidade única para a competição se vingar, como é o caso do Twitter. Um profissional de Relações Públicas experiente sabe que não basta manter a calma, sendo da sua responsabilidade guiar a equipa e ter, com antecedência, um plano de comunicação de crise. Importa aqui analisar se o papel das Relações Públicas foi, de facto, eficaz. Um bom comunicador sabe que um pedido de desculpas como este não basta. É necessário “dar a cara” e realizar uma comunicação externa, que explique ao mundo o que está a acontecer e, acima de tudo, uma comunicação interna aos colaboradores, demonstrando uma preocupação com os mesmos e garantido uma ótima relação de transparência bidirecional.
Não são só os valores da bolsa que nos levam a crer que a reputação do Facebook foi afetada, visto que a decadência da rede social é notória já há alguns anos. Algumas das razões para tal estão entre as divulgadas recentemente por uma ex-funcionária da empresa, Frances Haugen. Frances abordou a particularidade da própria pesquisa do Facebook amplificar o ódio, a desinformação e a agitação política. Também o tema das fake news não é desconhecido para ninguém, nem o facto de as redes sociais, como o Instagram e o Facebook, prejudicarem os adolescentes.
Infelizmente, a resposta por parte do aglomerado digital não toca sequer nestas ameaças à sua reputação. Aliás, tal foi visível após a crise que decorreu com o apagão, uma vez que não se sabe o que foi feito e o que aconteceu, tendo o público respostas vagas por parte do Facebook.
Sabemos apenas que a sua reputação vai caindo, gradualmente, sendo ameaçada por plataformas mais inovadoras e interessantes para os públicos, como é o caso do Tik Tok que, em setembro deste ano, já contava com mais de mil milhões de utilizadores ativos. O Facebook, tal como o conhecíamos quando o criámos, já não é o mesmo. Será agora, tal como Frances Haugen afirma, “uma empresa que prefere o lucro à segurança dos seus utilizadores?”.
Carolina Almeida, Communication Trainne