Colorir as histórias não é igual a pintar por cima delas

Francisco Martins, conhecido como Kiko, é um dos mais conhecidos chefs portugueses. Pelo que já provei, tem o proveito e merece a fama. Mas a notoriedade é algo que se deve estar sempre a trabalhar e Kiko, como todos os que vivem do conhecimento e reconhecimento do público, precisa de aparecer.

Vem isto a propósito de um certo concurso da NASA que Kiko teria vencido e que afinal não foi bem assim. Kiko tinha uma mensagem forte. A de que iria participar num concurso da NASA e que receita vencedora seria cozinhada em Marte.

Kiko seguiu um bom plano de comunicação, tendo aparecido no 5 para a Meia-noite ou no programa de Cristina Ferreira, vestido de astronauta. Criou buzz. Ainda mais criou quando anunciou ter vencido o tal concurso.

O pior surgiu depois. Afinal a NASA pouco tem a ver com o concurso. Contra a parede, o Chef desmente as suas intenções e fica mal na fotografia. Em comunicação, encontrar o ângulo mais sexy é essencial. Usar um nome forte como o da NASA, é básico.

Mas nunca se pode faltar à verdade. Bastava uma frase ou uma linha no PR para explicar que o concurso tinha uma ligação à NASA, por muito que esta fosse ténue.

Poderia ter aparecido com menos estrondo mas evitava deixar a sua notoriedade tanto tempo ao lume.

Francisco Reis, Corporate Division Manager & Partner

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